Novos
conceitos e paradigmas vem ganhando forças argumentativas com a finalidade de
contribuírem no esforço de implementação de novas políticas públicas
direcionadas aos diretos das pessoas com deficiências (neste caso Surdas), conquistarem seus espaços como cidadãs numa Cultura e Língua
próprias. Apesar disso, a inclusão de alunos Surdos nas escolas regulares da
rede pública de educação ainda é um grande desafio.
A inclusão
apresenta-se como uma proposta adequada para a comunidade escolar, que se
mostra disposta ao contato com as diferenças, porém não necessariamente
satisfatória para aqueles que, tendo necessidades especiais, necessitam de uma
série de condições que, na maioria dos casos, não têm sido propiciadas pela
escola. (LACERDA, 2006)
Existem vários
graus de surdez. Diz-se que a pessoa pode ser surda ou deficiente auditiva,
variando o nível de audição residual que ela apresente. Em geral, a surdez
total é congênita e relacionada à hereditariedade - que, por sua vez, tem
relação com ocorrências de consanguinidade na família. É interessante saber
que, mesmo quando existe audição residual, a pessoa pode optar pela comunicação
na língua de sinais, que é mais adequada à sua expressão. O mesmo ocorre com os
aparelhos auditivos: embora eles facilitem a audição, a criança que usa o
aparelho pode optar por se comunicar na língua de sinais.
Sabendo de tudo isso, fomos a campo saber como esta
sendo tratada a inclusão do aluno surdo em nosso município, Cachoeira do Sul,
percebemos que existem algumas escolas, tanto estaduais quanto municipais, que
apresentam alunos surdos em seu corpo discente. Escolhemos pesquisar a escola
da rede estadual de ensino fundamental Rio Jacuí.
Imagem 1: Escola Rio Jacuí. Foto: Natália Menezes. |
A Escola Estadual de Ensino Fundamental Rio Jacuí
está situada no centro da cidade de Cachoeira do Sul, à Rua Major Ouriques.
Possui, pela sua própria localização, recursos econômicos, culturais e
recreativos de que dispõe a comunidade na qual está inserida. Oferece o ensino fundamental completo,
desde o primeiro até o nono ano.
Imagem 2: Sala de recursos. Foto: Natália Menezes. |
Dentre todos os alunos da Escola Rio Jacuí, existe
uma única aluna com deficiência auditiva, em nível profundo de surdez. Essa
aluna esta iniciando-se no processo de alfabetização, pois está no primeiro ano
fundamental. Ela esta sendo alfabetizada em LIBRAS – Linguagem Brasileira do
Sinais – por sua professora Cristina Correa, especialista em ensino de LIBRAS,
que a atende além da classe normal, na sala de recursos. A professora titular,
também esta aprendendo LIBRAS com o auxílio da professora Cristina, que uma vez
por semana atua juntamente em sua classe regular. Observamos que no corpo
docente da escola, apenas a professora da sala de recursos compreende
fluentemente a LIBRAS.
A inclusão
idealizada e defendida pelas leis
atuais prevê que todas as crianças frequentem a escola regular, e esta deve se
fazer apta a recebê-las. Mas a realidade ainda esta distante do ideal
imaginário.
Existem poucos especialistas no atendimento
especial, principalmente no que se refere a LIBRAS, as escolas não são
bilíngues, ficando muito difícil o atendimento adequado com finalidades
inclusivas.
O acesso cursos preparatórios para o atendimento
bilíngue ainda se mostram escassos, agora que o ensino superior esta se
engajando nessa preparação dos docentes, em atendimento a legislação vigente.
No município de Cachoeira do Sul, existem ONGS,
como a APODEF – Associação dos Portadores de Deficiência, que atuam em prol das
pessoas que apresentam necessidades especiais. Segundo dados do IBGE, existem
no município de Cachoeira do Sul, 20.820 pessoas com pelo menos uma das
deficiências investigadas pela pesquisa do ano de 2010, dentre essas pessoas
muitas crianças e adolescentes com idade escolar apresentam algum tipo de surdez, e
muitas delas estão fora das salas de aula, por falta de estímulos das famílias, da
escola, da falta de recursos, falta de politicas efetivamente inclusivas. Pois,
especialistas como a professora Cristina é muito raro em nosso município.
Algumas imagens representando parte do trabalho desenvolvido pela professora Cristina Correa, na Escola Rio Jacuí, no atendimento de uma aluna com surdez.
COSTA.
C. Inclusão de surdos na escola. Disponível
em <http://educarparacrescer.abril.com.br/comportamento/inclusao-surdez-752480.shtml>, acesso em 25 de
outubro de 2013.
Escola estadual de
ensino fundamental Rio Jacuí. Disponível em< http://portais.educacao.rs.gov.br/AreaPortalInstitucional/PaginaSimples/PaginaSimples.aspx?pgn=112583&portal=2808>, acesso em 25 de
outubro de 2013.
LACERDA, C. B. F. de.
A inclusão escolar de alunos surdos: o
que dizem alunos, professores e intérpretes sobre esta experiência. São
Paulo, Campinas. Cadernos Cedes, vol. 26, n. 69, p. 163-184, maio/ago. 2006.
Olá pessoal, tudo bem?
ResponderExcluirSou o tutor a distância Thiago Tavares.
Primeiramente gostaria de parabenizar vocês pela pesquisa, realmente ficou muito interessante.
Após ler fiquei com uma dúvida, durante a pesquisa vocês nos contam que só há uma menina surda (que está sendo alfabetizada) e a professora que está aprendendo LIBRAS, até aí tudo bem. Gostaria de saber se os colegas dessa menina estão aprendendo a língua de sinais também para um melhor convívio, e como é a relação dela com os colegas e funcionários da escola?
Fiquei realmente muito curioso, espero resposta....
Ps.: Tomem cuidado com erros de português, e tem uma parte da postagem que está repetida.
Abraço
Thiago Tavares Borchardt
Tutor a Distância
Olá professor Thiago, obrigada por suas considerações...
Excluirrespondo sua pergunta, os colegas da menina não recebem aulas de LIBRAS, mas pela curiosidade natural de criança, acabam aprendendo o minimo para se comunicar com ela.
Att
Renata Pinto
bom o relacionamento com funcionários e colegas é bom, com algumas dificuldades é claro de comunicação mas as crianças tiram de letra a dificuldade maior é dos adultos na compreenção dos sinais,os alunos não recebem aulas de sinais.
ExcluirBoa tarde,
ResponderExcluirSou a tutora de Libras a distância – Rubia.
Assim como o tutor Thiago Tavares, também parabenizo vocês pela realização da pesquisa. Vocês fundamentaram muito bem a mesma, e realizaram uma discussão crítica sobre a inclusão de surdos.
Tenho uma curiosidade: Tem professor surdo nesta escola?
Abraço
Olá professora Rubia, obrigada por suas colocações e respondendo a pergunta, segundo o que nos passaram, não tem professor surdo na escola.
ResponderExcluirAtt
Renata Pinto
Olá professora Rúbia e professor Thiago, confesso que fiquei surpresa com o trabalho realizado nesse escola, pois apesar de ser professora de séries iniciais não sabia que havia nessa escola atividades especiais para surdos e achei interessante, porque realmente nas outras escolas a inclusão é só lei, porque quem atende mesmo os alunos com dificuldades de aprendizado é o professor, apesar de ter nas escolas sala de inclusão, mas o apoio não é o esperado.E com certeza os alunos poderiam evoluir mais se tivéssemos auxílio porque realmente fica complicado dar a atenção especial quando se tem vinte alunos ou mais.
ResponderExcluirOlá pessoal....
ResponderExcluirVamos tentar listar os motivos para que a inclusão seja só lei?
Acredito que cada um pode colocar algo que dificulte/impeça a inclusão nas escolas públicas.
Aguardo comentários...
Abraço
Thiago